Avaliação do comportamento osmorregulatório da tainha Mugil liza: implicações para sua produção em cativeiro.

Autor: Viviana Lisboa da Cunha (Currículo Lattes)

Resumo

A “Teoria isosmótica” postula que o ambiente isosmótico beneficia o crescimento de peixes teleósteo por minimizar o gasto energético com a osmorregulação. Entretanto, como a significância do gasto energético com osmorregulação, além de mudar durante o período de desenvolvimento, é espécie-específica, o objetivo desta tese foi verificar se a “Teoria Isosmótica” é aplicável para Mugil liza. No experimento I foi verificado que o ambiente isosmótico para a espécie ocorre na salinidade 13,5‰ e que a faixa de variação entre 5 e 40‰ de salinidade, ao final de 15 dias, não influenciou (p>0,05) a sobrevivência (100%), a osmolalidade plasmática (417,6 ± 18,0 mOsmol Kg-1) e a taxa de consumo de oxigênio (0,39 ± 0,03 mg O2 g-1 h-1). Que a atividade da Na+, K+-ATPase branquial apresentou o padrão “U” como resposta, com maior atividade nas salinidades extremas (5‰ e 40‰), complementada pela resposta da reserva de glicogênio hepático, que apresentou menor concentração (p<0,05) nas salinidades extremas. No experimento II, após serem mantidos por 40 dias nas salinidades correspondentes a 0, 50, 100 e 200% do ponto isosmótico de teleósteos, especificamente o crescimento e a taxa de crescimento específica (G) foram prejudicados em água doce (p<0,05). O experimento III teve como objetivo então verificar se o menor crescimento dos indivíduos mantidos em água doce poderia ser compensado através da adição de sódio na ração. O melhor crescimento foi observado nos indivíduos alimentados com o teor de sódio igual a 5,4% e o efeito contrário foi observado nos teores acima deste nível (8,0 e 13,2%), entretanto o melhor teor de sódio estimado foi de 2,6%. Os resultados desta tese permitem concluir que M. liza tolera um ampla faixa salinidade e, apesar de apresentar uma tendência de menor gasto energético em torno da salinidade isosmótica, a quantidade de energia poupada pelos indivíduos nesta faixa de desenvolvimento não foi significativa para incrementar o crescimento. As evidências descritas no presente estudo apontam o potencial de criação da tainha M. liza em ampla faixa de salinidade.

TEXTO COMPLETO

Palavras-chave: AquiculturaOsmorregulaçãoMugil lizaPiscicultura